O tenor é a voz masculina (ou naipe) mais aguda, produzida sem recorrer à técnica de falsete.
Características:
De acordo com a classificação tradicional, a voz de tenor corresponde à faixa de sons mais aguda que pode ser emitida, no canto lírico, por um individuo do sexo masculino. Ela distingui-se do barítono e do baixo por ter sua tessitura dentro dos limites do Dó2 ao Dó4.
O termo tenor provém do latim, tener, que significa sustentar. Na música medieval, era a esta voz a que era atribuída, via de regra, a linha principal do canto. Por esta razão, o intéprete deveria ser capaz de "sustentar" as notas enquanto as outraz vozes, mais graves, realizam floreios vocais.
A rigor, existem outras duas vozes masculinas ainda mais agudas do que o tenor. Elas são o contratenor, onde o cantor aginge o alcance vocal que corresponde à voze feminina de Mezzo-Soprano, e o Sopranista, que chega mesmo a emitir notas na faixa de um soprano.
No repertório operístico clássico e romântico, os tenores costumam desempenhar os papéis masculinos principais, enquanto os coadjuvantes mais importantes estão a cargo das vozes mais graves (barítono ou baixo). Em muitos casos, o enredo gira em torno de uma disputa entre "herói" e "vilão", com o primeiro quase invariavelmente atribuído a um tenor.
Tipos de tenores:
Tenorino: é um tipo de tenor leggero que apresenta pouca força de timbre e facilidade incrivel para alcançar notas altas. É a forma mais aguda do tenor leggero, podendo atingir tons muito agudos sem recorrer a falsete. Difer-se do Tenor Leggero por não possuir uma boa sustentação de notas.
Em geral crianças e adultos do sexo masculino que possuem voz fina, mesmo ao falar, porém não feminina (se for feminina classifica-se como Sopranista).
Sua tessitura usual é do Ré2 ao Ré4. Sua correspondente feminina é o Soprano Soubrette.
Tenor leggero: é o timbre de tenor de voz mais leve, de tessitura muito aguda, também é o mais ágil entre os tenores, devido à falta de intensidade ele é compensado com uma grande facilidade de agilidade e flexibilidade. É o tipo de tenor encontrado em óperas de Bellini, Donizetti e Rossini. Sua tessitura usual é do Dó2 ao Ré4 (Fá4).
Tenor lírico leggero: é o timbre intermediário entre o tenor leggero e o tenor lírico, uma voz redonda e suave de menor consistência e com uma qualidade sonora agradável a acariciante. Esse timbre é muito cotado para papéis bufos e cômicos. Sua tessitura usual é do Dó2 ao Dó4.
Tenor lírico: é timbre típico do tenor: é apaixonado, expressivo e sensual, aveludado e redondo que lembra o timbre do violoncelo. Possui uma notável igualdade de registros e uma beleza extraordinária dos legatos, cuja emissão se torna espontânea. Sua tessitura usual é do Dó2 ao Dó4.
Tenor lírico Spinto: é o timbre lírico com características do tipo de voz Spinto (do italiano spingere), que lhe permite cantar passagens dramáticas e de orquestração pesada sem desgaste, embora não seja um tenor drámatico.
É de timbre mais denso e encorpado, com registro central intenso e geralmente amplo volume. Emobra possua características próximas da do tenor lírico, a cor do timbre é mais escura ou metálica e, pelo volume e squillo da voz, pode cantar linhas vocais vigorosas. É o típico tenor dos heróis de Verdi e seus contemporâneos e do verismo italiano, geralmente sendo usado em papéis que exigem grande carga expressiva ou caracterizados pelo vigor ou pujança. Sua tessitura usual é do Lá1 ao Dó4.
Tenor lírico-dramático: é o timbre intermediário entre o tenor lírico e o tenor dramático. Isto é mantém as características dos dois timbres, distinto do Lírico-spinto que nada mais é que um lírico mais encorpado e pujante. É mais intenso que o lírico-spinto, mais metálico, mantém uma nuance mais austera e uma grande extensão, um timbre de cor escura e possui uma naturalidade madura. O timbre do lírico dramático causa uma grande confusão com o Lírico-spinto, por possuir mais ou menos as mesmas cores e cantar quase sempre o mesmo repertório. Dos dois timbres os papéis exigem passagens líricas e dramáticas, evidentemente os lírico-spintos tem maior facilidade nas passagens líricas e maior propensão ao legato e nuances líricas, como o papel de Cavaradosi que exige muito lirismo em suas árias. Já o lírico-dramático tem maior propensão e passagens declamativas e de dramatismo irrompidos como Radamés em Aída, ou Calaf em Turandot. Sua tessitura usual é do Lá1 ao Si3 (Dó4).
Tenor dramático: é um timbre raro e muito intenso de cor metálica robusta, às vezes um pouco áspera, uma voz com muito volume e uma extensão excepcional, assim como o soprano pode apresentar diferentes padrões de vozes como uma voz metálica com grande potencia no registro agudo, chamado de Tenor dramático Squillante como Jussi Björling e Richard Tauber, é também o tipo mais ágil nomeado às vezes de Tenor Dramático d’agilitá, também temos uma voz mais aveludada e redonda, com um timbre escuro e de grande amplidão sonora no registro central, chamado de Tenor di Forza. Sua tessitura usual é do Fá1 ao Si3 (Dó4).
O Tenor Absoluto: é um tipo de tenor que possui grande extensão e facilidade de interpretação de todo repertório para tenor. Como Plácido Domingo que já cantou inúmeros papéis para tenor, desde o repertório para tenor ligeiro como Almaviva em O Barbeiro de Sevilha até os papéis de Heldentenor, como Siegfried e Parsifal.
Na maioria das vezes os tenores que se arriscam nessa categoria são tenores líricos e lírico-spintos maduros, com anos de experiência em palco. Este tipo de tenor deve ter a sensibilidade para interpretar papéis tão complexos e de diferentes caracteres, deve ter no mínimo os principais papéis Italianos de Puccini e Verdi, os papéis franceses de Gonoud, Bizet e os papéis alemães de Wagner, Strauss, Weber. Também há alguns que se arriscam no repertório russo de Tchaickovski, Glincka, Moussorgsky. E os papéis de agilidade de Mozart, Donizetti, Bellini e Rossini. Cita-sePlácido Domingo por que suas interpretações são sempre convincente independente do repertório, seu timbre é muito amplo e a cor baritonal. A tessitura usual é quase sempre do Sol1 ao Dó4.